é como se chuvesse em agosto, é como se há noite não existissem estrelas, é como um jardim sem flores ou uma avenida sem lojas, é como um sonho, sonho esse que fica guardado numa caixinha, arrumado como tantos outros que ficaram por realizar. eram noites e noites sem dormir, refeições passadas sem tocar num bocado de pão, era sentir adrenalina de correr aquele risco para poder ver-te por cinco minutos. passava o tempo a olhar para o relógio para que a campainha tocasse e fosse hora de intrevalo, ou então para o telemóvel, á espera que nele tivesse uma sms tua. o tempo tem passado e eu ainda não consigo mentalizar-me. o erro foi e continua a ser meu, mas quem não comete erros? foi por gostar tanto de ti que errei. adianta de alguma coisa procurar o meu horóscopo e saber quando vai mudar a minha sorte? adianta ter pedrinhas da sorte ou coisas do género? não é uma questão de sorte ou azar, é sim saber o que fazer quando, onde e porquê. eu não tive essa capacidade, não fui suficientemente eficaz para saber o que te dizer, o seu momento e o seu significado. agora é virar a página? é isso que se limitam a dizer? não têm consciencia nem são capazes de sentir o que eu sinto! as coisas não são assim, a vida não tem de ser assim! está bem, há sempre um fim seja para o que for.  há sempre alguém a querer virar a página e escrever um novo capítulo. um dia, eu vou sair e vou deixar de sentir. até esse dia, continuarás aqui.